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Entrevista de Rui Soares à RRC: “Pior que a pandemia é a CMC a complicar as coisas"



A Rádio Regional do Centro (RRC) está a fazer uma ronda pelas várias freguesias do concelho de Coimbra, com o objetivo de perceber como é que os responsáveis pelas freguesias estão a lidar com este segundo confinamento em comparação com o do ano passado. Recentemente, foi a vez de Rui Soares, presidente da União de Freguesias (UF) de Souselas e Botão, ser o convidado do “Programa da Manhã”.


Comparando a postura dos fregueses com o confinamento anterior, Rui Soares é perentório ao afirmar que “as pessoas, neste momento, estão mais sensibilizadas para ficar em casa, estão mais sensibilizadas para respeitar as regras, porque estão mais preocupadas também”. Relativamente a situações mais complicadas, decorrentes das consequências económico-sociais da pandemia COVID-19, o presidente da UF de Souselas e Botão admite que há na freguesia cada vez mais pessoas com “muitas dificuldades”. Todavia, Rui Soares dá conta de como a Comissão Social de Freguesias, as três Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da freguesia e a rede de vizinhança têm sido fundamentais para a UF conseguir responder a todas estas situações mais dramáticas. Ver aqui como UF de Souselas e Botão esteve na linha da frente no combate ao coronavírus, durante o primeiro confinamento.


O presidente da UF de Souselas e Botão acrescenta ainda que “economicamente, o pior ainda estará para vir…”. Porém, Rui Soares mostra toda a disponibilidade para ultrapassar as dificuldades: “temos de estar atentos e temos de ir ajudando”, acrescentando ainda a solidariedade que existe entre autarcas de freguesias vizinhas para ajudar nestas questões sociais. “Articulamo-nos para resolver estes problemas”, garante.


Na entrevista, o autarca falou ainda das dificuldades e dos entraves causados pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC) à sua UF. Segundo Rui Soares, “pior que a pandemia é a Câmara Municipal de Coimbra a complicar as coisas”. Para justificar esta afirmação, Rui Soares deu vários exemplos que estão pendentes face à inércia da CMC: as obras na Curva da Zouparria, que estão por executar apesar de o projeto estar concluído desde 2018; ou ainda a falta de “um simples papel” para poder dar seguimento à doação do Campo do Clube Académico do Paço.


Rui Soares abordou ainda o tema que tem estado no centro da atualidade local: a descentralização de competências da CMC para as freguesias. O presidente da UF de Souselas e Botão revelou que, apesar de ter sido das primeiras freguesias a aceitar a descentralização de competências em 2019, o processo ainda não está concluído. E tudo porque a UF de Souselas e Botão não aceitou a proposta que a CMC apresentou e que retirava à UF a maior parte das competências previstas no Decreto-Lei 57/2019, sem justificação válida. Mesmo nas competências a transferir, por exemplo nas limpezas, a proposta da CMC não abrangia “milhares de metros quadrados de terreno para limpar”, explicou Rui Soares. Ao longo da entrevista Rui Soares lamenta várias vezes a falta de apoio do Município, pois falta dinheiro à UF de Souselas e Botão para “para podermos fazer mais e melhor pela população”.


Tendo sido elogiado pelo entrevistador pela “forma aguerrida com que luta pelo interesse dos seus concidadãos” e pela “disponibilidade interior de continuar a lutar pelos fregueses”, Rui Soares deixou ainda no ar a possibilidade de se recandidatar para poder resolver o que ainda continua pendente na sua freguesia, como é exemplo a falta de transportes coletivos.


Pode ouvir a entrevista na íntegra aqui.

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