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SEJA SÉRIO, Dr. Manuel Machado, CUMPRA A SUA PROMESSA DO AEROPORTO DE COIMBRA



Intervenção do vereador José Manuel Silva na reunião da CMC de 17 de Julho de 2018

Assistimos recentemente a algumas previsíveis evoluções no processo do aeroporto civil internacional de Coimbra. Como era esperado, e fiz questão de o escrever em artigo no Diário as Beiras, a grande promessa eleitoral do Partido Socialista jaz morta e arrefece. Mas nós não vamos esquecê-la, Sr. Presidente. Vamos recordar que está escrito no programa eleitoral do Partido Socialista que ”O aumento da pista do aeródromo Bissaya Barreto até aos 1500 metros (com o respetivo alargamento) não tem custos relevantes. Implicará custos globais – incluindo instalações e depósitos de combustível – na ordem dos 10-12 milhões de euros. Recorrendo a fundos europeus, isto representa para a CMC um custo entre1,5 e 2 milhões euros. O potencial económico desta obra para a entrada de turistas, em Portugal, por Coimbra, e para o aumento da sua estada média na cidade, supera, e muito, o investimento que a CMC terá de fazer para pôr o aeroporto a funcionar.”

Exigimos que, em Setembro, seja anunciada a construção até 2021 do aeroporto de Coimbra, em Cernache, com a solenidade com que foi prometida. Estaremos na primeira fila a assistir ao evento e confiamos que seja honrada a palavra dada.

Mais ainda, recordamos-lhe que na sua tomada de posse, o Sr. Presidente refere e repete que a sua promessa se sustentava nos estudos que, segundo as suas palavras, a Câmara encomendou e pagou. Porque nunca mostrou publicamente os tais estudos, nem mesmo com a queixa que o movimento Somos Coimbra apresentou à CADA e que, 8 meses depois, continua por decidir, demonstrando a falta de mecanismos de transparência e escrutínio desta silenciada democracia em que vivemos? Desculpe a pergunta, o Sr. mentiu sobre o que afirmou sobre os estudos? Vai responder ou vai fugir à questão?

Depois de, durante muitos anos, o Sr. Presidente ser um fervoroso defensor da abertura de Monte Real ao tráfego aéreo civil, registamos sem nenhum espanto que, na Assembleia Municipal de 29/06/2018, deixou de falar fervorosamente no aeroporto de Coimbra, voltando a falar fervorosamente, passadas as eleições, no aeroporto da ‘Região Centro’! Sr. Presidente, ao contrário do que afirma nessa sua intervenção, o seu intenso e fervoroso compromisso político eleitoral foi com o aeroporto civil comercial internacional de Coimbra, no aeródromo Bissaya Barreto, não foi com o aeroporto da “Região Centro”! E é esse compromisso político do Partido Socialista, com o aeroporto de Coimbra, que exigimos que o Senhor cumpra! Agora, menos de um ano depois, até vem dizer, sem se rir da sua promessa, que não sabe quanto custa o aeroporto civil internacional de Coimbra e que é preciso uma análise SWOT? Seja sério, Dr. Manuel Machado, cumpra a sua promessa! A entrevista do Dr. Manuel Queiró a um jornal de Coimbra é curiosa, totalmente concertada com este espantoso salto mortal do Dr. Manuel Machado sobre o aeroporto. O Dr. Manuel Queiró até já anuncia queCoimbra prescinde do território do seu município em busca da melhor solução para a região, dando um bom pontapé de saída para o diálogo intermunicipal, enterrando a mentirosa promessa eleitoral do seu contratante. Não dê saltos mortais, Sr. Presidente, porque, literalmente, pode ser um salto político mortal. Que “A região centro do país precisa de uma aeroporto” já todos sabemos há muitos anos, não precisa de o anunciar com um ar aparentemente grave, como se fosse uma novidade!

Que o Dr. Manuel Machado, em 19 anos como Presidente da CMC, nunca foi capaz de promover o diálogo intermunicipal ou com o Governo central no sentido da sua concretização, também já todos o sabemos.

Afinal, se se confirmar este pré-anúncio da morte do aeroporto de Coimbra, o Dr. Manuel Machado vem dar total razão ao Somos Coimbra, reconhecendo que a promessa do aeroporto civil internacional em Antanhol/Cernache era uma reles mentira eleitoral. O Sr. deve um pedido de desculpas, que exigimos, a todos aqueles que criticou soberbamente por afirmarem que tal promessa, nas condições em que o PS a apresentou, era impossível!

Porém, para que Coimbra não permaneça sempre adiada e prejudicada com falsas promessas, exigimos que concretize a transformação do aeródromo Bissaya Barreto num aeródromo de qualidade internacional, como sempre defendemos, e que, ao menos, possa receber pequenos jactos, os Dornier 228/200, que operam nas linhas internas e aterram em Viseu, e osATR 72-600, de que a TAP tem 8 aeronaves, pois podem levar até 70 passageiros e apenas necessitam de uma pista de 1333 m. Quanto ao diálogo intermunicipal para defesa comum de um aeroporto na Região Centro, se eu fosse Presidente da CMC há muito que o teria promovido e conseguido um consenso em torno de uma localização que servisse efectivamente Coimbra e toda a Região Centro, unindo em vez de desunir, ao contrário daquilo que o Senhor tem feito. O Sr. Presidente está indelevelmente ligado a 19 anos de insucessos! E porque a Região Centro precisa efectivamente de um aeroporto a sério, que sempre defendemos, e porque nós, ao contrário de si e de outros, não precisamos de 30 anos para perceber que Monte Real não vai abrir ao tráfego civil, até lhe podemos apresentar a sugestão de uma localização simultaneamente entre Coimbra e Leiria e Lisboa e Porto: a região entre Condeixa e Pombal, servida pela linha do Norte e várias autoestradas.

Para aproveitar devidamente essa localização e o respectivo fluxo de turistas, e porque o foco de atractividade turística de Leiria-Fátima é mais poderoso do que Coimbra, será necessário que o Turismo de Coimbra, da responsabilidade da CMC, saia do marasmo em que se encontra e desenvolva uma oferta turística global e em rede da grande região de Coimbra, em diálogo e trabalho com todos os seus concelhos limítrofes e as suas grandes instituições, para que Coimbra se torne em mais do que a UC e o Portugal dos Pequenitos. Há imenso trabalho por fazer na área do Turismo, Cultura e Património de toda a grande Região de Coimbra. Infelizmente, a CMC quase nada tem feito de substantivo e continuado, no sentido de multiplicar a taxa de pernoita de turistas em Coimbra, de apenas 1,8 noites!

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