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SC alerta: Plátanos do Parque Manuel Braga em risco com as obras de estabilização das margens do rio

2ª parte da intervenção inicial da vereadora Ana Bastos na Reunião de Câmara de 12 de abril de 2021

Cartoon da autoria do Movimento Humor


O parque Manuel Braga é um dos parques verdes mais emblemático da cidade e que conta com mais de 100 anos de existência.


O alinhamento de plátanos garante uma estrutura de verde e um frondoso conjunto arbóreo que marca a imagem da cidade. Por isso, preservar a saúde destes plátanos deveria ser uma prioridade e obrigatoriedade desta autarquia.


Mas, pelos vistos, isso não está a acontecer! A requalificação do parque, consignado à empresa ABB em julho de 2020, integra o reforço dos muros que, se executados nos termos do projeto, levará à morte, quase certa, de todo o alinhamento de 36 plátanos, os quais atualmente não evidenciam riscos biológicos ou biomecânicos


Esta conclusão é de especialistas em agronomia que estudaram as condições fitossanitárias dos plátanos, no passado mês de março, e dos previsíveis impactes que a solução projetada e os correspondentes métodos de construção terão na sua condição mecânica e biológica.

A solução assente na construção de duas fiadas de microestacas em betão vai interferir de forma irreversível com o coberto vegetal do talude, sendo inevitável a perfuração das raízes dos plátanos e a alteração da estrutura do solo e todo o seu ecossistema pela trepidação dos processos construtivos e compactação inerente. Em complemento, a obra prevê o enchimento da estrutura com grande volume de betão armado apoiado nas estacas, a qual pressupõe a escavação em degrau, que irá afetar e eliminar as raízes finas e estruturais dos plátanos, dispostas ao longo do talude. Refira-se que é aí que se concentram as raízes, devido às podas que contribuíram para o desequilíbrio das copas, mas sobretudo pelas melhores condições de luz, solo e água. Também a decapagem e a remoção da vegetação no talude, com limpeza superficial e fecho das juntas, inviabilizará a existência de qualquer vegetação devido ao enchimento e impermeabilização pela argamassa inerte.


Assim, impõe-se perguntar: Como é possível que, face à relevância das espécies arbóreas, o caderno de encargos para elaboração do projeto não tenha precavido o recurso a soluções que protegessem os plátanos? Foi ouvida a APA? Porque não foi criada uma equipa pluridisciplinar para avaliar o projeto? Como foi aprovado o projeto sem conhecimento prévio destes impactes? Porque é que quer o projeto quer os pareceres técnicos não são públicos?

Mas ainda vamos a tempo de salvar os plátanos. A mesma equipa apresenta alternativa de intervenção, mais leve e embora não isenta de danos, compatível com a sua sobrevivência. Impõe-se estudar urgentemente essas alternativas e proceder aos devidos ajustes do projeto, mesmo que tal implique a perda de parte do financiamento por parte do PEDU.


Se nada for feito, esta obra traduzir-se-á na conversão de uma área ribeirinha relativamente verde, num canal inóspito, cinzento, pouco sensível à ecologia e biodiversidade, sem sombra e esteticamente desinteressante. Por inação e incompetência do PS Coimbra, destruir-se-á uma imagem verde emblemática do parque Manuel Braga e de Coimbra!







Fotografia retirada do Parecer sobre a estabilização das margens do rio Mondego mantendo a vegetação ribeirinha do Parque Manuel Braga - Coimbra, da autoria de Luís Miguel Martins (UTAD)


Pode ler a 1ª parte da intervenção inicial da vereadora Ana Bastos aqui. Pode ler a 3ª parte da intervenção inicial da vereadora Ana Bastos aqui.

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