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Estratégia CulTec para o desenvolvimento de Coimbra


Intervenção inicial do vereador José Manuel Silva, na Reunião de Câmara de 22 de março de 2021


A partir de outubro de 2021, a transformação e revivificação de Coimbra vai passar por enredar toda a cidade numa fervilhante filosofia CulTec, ou CoolTech, uma nova mentalidade estratégica, uma atitude proativa e cosmopolita, aberta ao mundo, às pessoas, às artes, à inovação, às ideias, ao investimento e ao empreendedorismo, assente na vontade de fazer a diferença em direção ao futuro para promover o desenvolvimento sustentável de Coimbra, numa aposta de modernização e desburocratização da Câmara, gerando, amplificando e acelerando projetos e estímulos em todo o amplo espetro de competências da sociedade e das características distintivas de Coimbra, da cultura (cul) à tecnologia (tec).


Afirmaremos o concelho de Coimbra e os concelhos vizinhos como um Silicon Valley CulTec de Portugal, da Europa e do Mundo, tornando mais agradável, mais excitante, mais desafiante e mais feliz a vida e o trabalho de todas e de todos.

Com esta nova energia, assente nos mais modernos conceitos de urbanismo e de mobilidade, vamos estimular a simbiose de proximidade entre empresas, instituições, pessoas, zonas verdes e sítios de lazer e vida social, recuperar os espaços abandonados e degradados, entrecruzar as diferentes vivências da cidade e tornar Coimbra no concelho mais dinâmico do país no campo cultural, tecnológico, empresarial, ambiental, demográfico e social, reescrevendo a história presente e futura desta tão particular cidade, a primeira capital de Portugal, com uma concentração única de património e um inigualável, mas pouco aproveitado, legado histórico, artístico, cultural e científico.


Unindo sinergicamente as suas principais instituições nos mesmos propósitos, UC, IPC, CHUC, Sociedade e Câmara, Coimbra vai trabalhar com abertura, qualidade e ambição para recuperar o lugar que há muito perdeu e reafirmar-se na política nacional e internacional, com especial ênfase na lusofonia, tornando-se a cidade mais vibrante de Portugal a nível cultural, social, empresarial e tecnológico, sem esquecer a educação e a Saúde.


A nossa visão de governação da cidade será a de total transparência, sentido democrático, decisão baseada no mérito, gestão participada, defesa intransigente do interesse público, visão de futuro, respeito pelos recursos humanos e formação contínua, pragmatismo e comunicação bidirecional e preocupação central com as pessoas. Os especialistas em todas as áreas serão ouvidos e influenciarão o trabalho camarário.


Construiremos uma equipa de alto desempenho, capacidade de diálogo e trabalho conjunto, atraindo talento em todas as áreas. Neste modo civilizado de governação, entre outras medidas instituiremos o Provedor da Juventude, o Provedor do Munícipe e o Provedor da Mobilidade. Desenvolveremos um instrumento de participação pública online, inserido no Balcão Virtual da CMC, e realizaremos concursos de ideias. No nosso conceito de democracia participativa, a Câmara vai ouvir e servir e não impor a sua vontade.


Big data e tecnologias inteligentes ajudarão a envolver os cidadãos e as empresas de Coimbra no processo de melhoria da cidade e dos seus serviços, com um Portal útil e amigo do utilizador. Em Boston, por exemplo, os cidadãos usam uma aplicação digital em telemóvel para, em qualquer momento, transmitir à Câmara as ideias que gostariam de desenvolver ou as preocupações sobre as ruas, passeios e locais que precisam de limpeza ou de intervenção, ajudando as autoridades da cidade a resolver os problemas rapidamente.


As freguesias serão encaradas como parceiras da Câmara, com o governo municipal a desempenhar um papel habilitador e facilitador, cumprindo a descentralização prevista no DL 57/2019, reforçando a autonomia, os meios financeiros e a capacidade de realização das Juntas de Freguesia e colocando os meios e máquinas da Câmara ao seu dispor.


No ano 2030 cerca de 60% da população mundial viverá em cidades.


Para os líderes que governam as cidades, os desafios são cada vez mais complexos e difíceis, enfrentado novos reptos e conceitos urbanísticos, o envelhecimento das populações e das infraestruturas, as necessidades de um desenvolvimento económico sustentável, as consequências das alterações climáticas, o progresso tecnológico, a mudança de paradigmas, as exigências de novas respostas de mobilidade e transportes, a competitividade global e regional, o dinamismo da cultura, as condições e desigualdades sociais, a qualidade de vida da população, os constrangimentos das novas pandemias, os efeitos dos determinantes sociais da saúde, os orçamentos pressionados ao limite.


O crescimento inteligente de Coimbra depende de uma abordagem estratégica arrojada e ambiciosa, com visão de futuro e congregação de todos os parceiros, que identifica as melhores oportunidades de desenvolvimento e as trabalha, planeando a cidade e seus arredores, com especialistas em urbanismo e mobilidade, para corrigir as suas deficiências e potencializar as suas características e recursos humanos e geográficos, integrando o pensamento económico, humano, cultural, urbanístico e do ambiente, garantindo que todo(a)s desfrutem da prosperidade e da qualidade de vida da sua cidade.

Quaisquer que sejam as suas posições iniciais, as cidades podem mudar. Alguns exemplos: a ascensão de Singapura de um porto colonial a uma cidade de classe mundial em apenas algumas décadas; a reviravolta de Nova York em relação ao declínio económico do final dos anos 60-70; a expansão de Braga, hoje o 8º município em demografia (em 1981 era 14º e Coimbra era 11º...), que em 2012 foi distinguida como Capital Europeia da Juventude, em 2018 foi Cidade Europeia do Desporto, desde 2017 pertence à rede de Cidades Criativas da UNESCO e em 2021 foi eleita Melhor Destino Europeu do Ano; o futurismo de Almada, com o recente projeto ‘Innovation District’, que, a ser concretizado, vai transformar completamente um espaço de 400 hectares, desenvolvido em conjunto com a Universidade Nova, com o arquiteto catalão Ricardo Bofill, um dos mais influentes urbanistas do mundo, a desenhar uma boa parte da base urbana da primeira fase.


Nesta mentalidade contemporânea e ousada da Coimbra do futuro será recuperado o extraordinário e transformador projeto de Joan Busquets, tristemente ignorado nas gavetas da Câmara desde há oito anos, um notável “Plano de Urbanização da Entrada Poente e Nova Estação Central de Coimbra, com interface intermodal”, que fortaleceremos com uma componente CulTec. De Joan Busquets retemos a sua frase “se as cidades forem melhores, o ser humano será melhor”.

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