Posição do Somos Coimbra sobre a Reabilitação e valorização das margens do rio Mondego entre a praia do Rebolim e a ponte da Portela, apresentada na Reunião de Câmara de 16 de agosto de 2021
Na sequência da ação de destruição da galeria ripícola, levada a cabo pela CMC em março passado, junto à praia do Rebolim e do impacto que essa ação teve na comunidade local,
vem agora esta Câmara procurar mitigar essa destruição através de uma ação que, apesar de relevante e urgente, peca pela forma como pretende ser levada a cabo.
Coimbra carece efetivamente de planos que promovam a aproximação da cidade ao rio, tirando partido da água corrente e de qualidade, bem como do magnifico espelho de água existente. Coimbra carece de ações que conjuguem a requalificação ambiental e paisagística daquele espaço, com a recuperação da vegetação ribeirinha e com a fruição urbana, numa ótica de recreio e lazer. Coimbra carece de projetos que induzam os seus habitantes a usufruir do seu rio, ao invés de procurarem outros espelhos de água em municípios vizinhos, e que contribuam para atrair novos públicos a nível regional e nacional.
Contudo, não é compreensível a opção adotada por esta Câmara ao encetar contactos com empresas da especialidade, por convite direto, quando a relevância e características do espaço justificam o lançamento de um concurso de ideias que envolva todos os interessados e especialistas e, em particular, o apoio e supervisão do projeto por parte das nossas Instituições do Ensino Superior, como o Departamento de Arquitetura da UC e a Escola Agrária do IPC.
Esta é, alias, a pretensão da coligação Juntos Somos Coimbra, e referindo-me às palavras do seu líder, no passado dia 28 de julho, uma das 112 ações do seu programa será a de “Proteger e preservar as galerias ripícolas do Mondego e construir um grande parque urbano em cada uma das margens, com ligação entre si, e torná-lo navegável para além da Ponte da Portela”.
Tratam-se de ideias, projetos e objetivos convergentes, embora a coligação Juntos Somos Coimbra seja muito mais ambiciosa e queira ir mais longe, não só na extensão do corredor verde, abrangendo a margem direita e esquerda, entre o Choupal e a Portela, com a criação de 2 grandes parques verdes em ambas as margens, mas também pela aproximação das duas margens, através da construção de um conjunto de pontes pedonais e cicláveis em diferentes secções estratégicas do rio Mondego, associadas a uma rede de trajetos pedonais e cicláveis. Só assim e segregando os corredores pedonais e cicláveis dos grandes eixos rodoviários, integrados em espaços naturalistas, refrescantes e seguros, complementados por infraestruturas básicas de apoio (tais como restaurantes, WCs, parques desportivos, estacionamento…) se irá definitivamente aproximar a cidade do rio Mondego, numa ótica de recreio, desporto, lazer e criação de espaços de estar e estudo.
Estando prevista a exploração do rio, por barcos turísticos (como vêm hoje para aprovação 2 possíveis explorações privadas), considera-se fundamental que o estudo a ser desenvolvido integre desde já um cais de acostagem para incentivar à utilização do rio como meio de transporte turístico e de lazer, e que a prazo poderá evoluir e abrir caminho a novas soluções de transporte público ou privado, como o táxi-barco.
Mesmo não nos revendo na forma como o processo está a ser gerido, o Somos Coimbra considera esta ação relevante e urgente, no sentido de mitigar a erosão das margens e reposição da galeria ripícola destruída, ao mesmo tempo que se potencia o uso e usufruto do rio pela sua população. Por essa razão iremos votar a favor desta proposta.
As vereadoras do Somos Coimbra
Ana Bastos
Maria da Conceição Marques
16 de agosto de 2021
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