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SC apresenta conjunto integrado de propostas para resolver o problema do acesso ao complexo dos HUC


Intervenção da vereadora Ana Bastos na Reunião de Câmara de 20 de fevereiro de 2020


A organização e a gestão da circulação e do estacionamento dentro do complexo dos HUC representam uma das maiores vergonhas desta cidade, obrigando utentes e visitantes, vindos de diferentes regiões do país, a perderem horas à procura de um lugar de estacionamento. A falta de soluções, deixa os utilizadores sem opção, obrigando-os a largarem o seu veículo em qualquer sítio, dentro ou fora do complexo, invadindo ruas e passeios dos espaços circundantes, com graves prejuízos para peões e moradores locais, ao mesmo tempo que se arriscam a multas e a pequenos toques.


Toda esta situação é agravada pelo facto de frequentemente estas deslocações estarem associadas a situações de urgência ou de acompanhamento de doentes, em condições emocionalmente fragilizadas, o que torna estas situações injustas e até mesmo desumanas. Os condutores, maioritariamente oriundos de zonas exteriores a Coimbra, prevaricam, não por opção, mas por falta delas!


Não é compreensível porque é que, sendo as soluções conhecidas há várias décadas, nunca nada foi feito! Apesar da responsabilidade de gestão do espaço interior aos HUC ser da Administração dos CHUC, não há dúvidas que são os bairros e a rede envolvente que mais sofrem os impactes desta situação, corresponsabilizando a Câmara Municipal por esta inação.


Importa agir e com urgência sendo, em geral, as soluções conhecidas. O Somos Coimbra defende que a resolução dos problemas nos HUC, à semelhança de qualquer outro espaço de utilização publica, não passa por uma única solução, mas sim pela adopção integrada de um conjunto de medidas, onde se privilegie o transporte em massa, reservando ao acesso automóvel a deslocações de curta duração e aos veículos de emergência. Entre outras, defende-se a adopção urgente do seguinte conjunto de ações:


  1. Exigir o lançamento imediato do concurso para construção do silo de estacionamento e da nova rotunda de acesso ao complexo através da Avª Dr. Afonso Romão. Relembra-se que os estudos desenvolvidos há 30 pela UC já apontavam para a necessidade de construção de dois silos, com a capacidade global de 1700 lugares.

  2. Controlo de acesso aos HUC através da rotunda Mota Pinto, a qual deverá constituir-se como o acesso privilegiado de ambulâncias e veículos de emergência, remetendo a acesso automóvel para os restantes acessos. Tal opção deverá obrigar ao estudo e implementação de um reordenamento do trânsito e estacionamento interno aos HUC.

  3. Lançamento urgente do Anel à Pedrulha. Só esta ligação se releva capaz de criar uma alternativa ao congestionado nó da Casa do Sal, ao ligar a zona norte às zonas sudeste da cidade (Solum, casa Branca, Ceira, etc.).

  4. Avaliação da viabilidade técnica de ligação entre a circular externa e a circular interna, junto ao hospital pediátrico. Apesar dos problemas de dominialidade e das implicações ambientais associadas a este trecho, esta ligação rodoviária, devidamente compatibilizada com o Anel à Pedrulha, garantirá a ligação privilegiada entre a zona norte e o centro da cidade, designadamente a Celas, Olivais e HUC, materializando-se como uma alternativa competitiva ao nó da casa do Sal.

  5. Sem atrasos nem rodeios exigir a execução do projecto do MetroBus, com a qualidade necessária para se constituir como uma alternativa modal aos milhares de viagens pendulares que diariamente se dirigem aquele complexo hospitalar. Se for garantida a fiabilidade e a qualidade do serviço, este modo de transporte apresenta potencial para captar cerca de 30% das viagens, constituindo-se como o modo privilegiado de acesso aos HUC.

  6. Criação de um shutle, tipo ECOVIA, que permita ligar um conjunto de parques periféricos aos equipamentos hospitalares. Isso deverá obrigar à procura de localizações estratégicas para concretização de parques periféricos, que garantam boas condições de acessibilidade a partir das principais entradas na cidade. Desafia-se desde já a CMC avançar com um serviço de ligação da zona norte/estação B aos hospitais e IPO, devidamente associado à criação de canais dedicados a transportes colectivos.

  7. Aposta num sistema de informação integrada, disponibilizando quiosques de informação (panfletos e informação digital) bem como maquinas de vendas automática de bilhetes, dentro dos equipamentos hospitalares.

  8. Melhorar as condições de circulação pedonal interna, nas ligações entre as principais entradas no complexo hospitalar, as paragens do metro ligeiro, parques de estacionamento de superfície e as entradas principais no edifício dos HUC. Assume particular relevância a criação de ligações pedonais directas, confortáveis, resguardadas e inclusivas, entre o futuro silo e o edifício principal dos HUC.


Depois de mais de 30 anos de inépcia total, é tempo da Câmara Municipal de Coimbra e dos CHUC se sentarem à mesma mesa, de assumirem responsabilidades conjuntas e de avançarem para medidas concretas. É tempo de acabar com aquele pandemónio que em nada dignifica a saúde e a cidade!

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