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Serenidade e mudança


Artigo assinado por José Manuel Silva no "Campeão das Províncias" de 27 de maio


Tenho sido atacado pessoalmente de uma forma tão violenta que certamente levará algumas pessoas a questionar-se sobre as motivações de tantos ataques, levados a cabo por pessoas que visam denegrir a minha imagem pessoal mas que não se preocupam com as razões da perda de 10% da população de Coimbra e de 53% dos jovens dos 25-29 anos residentes no concelho de Coimbra.


Afinal, qual foi o “crime” que cometi? Pelos vistos foi atrever-me a ser candidato a um cargo público que alguns parecem considerar que está “reservado” apenas aos políticos profissionais, os mesmos que já levaram o país três vezes à bancarrota depois do 25 de Abril, no meio de enorme corrupção e nepotismo...


Só uma mente profundamente antidemocrática e partidariamente cega pode considerar e escrever que, entre candidatos exatamente ao mesmo cargo, uns têm esse ‘direito exclusivo’ e merecem o devido respeito, porque são profissionais dos partidos, enquanto um outro candidato, só porque não é militante partidário e vem da vida profissional ativa, é acusado de “ambição desmedida de poder pessoal”. Não faz sentido nenhum e revela o pior que há na política e em alguns políticos.


Porque é que alguém que tem uma carreira profissional reconhecida e consolidada, que já foi eleito e reeleito Bastonário da Ordem dos Médicos, é acusado de ambição desmedida apenas por se candidatar a um lugar de autarca na sua terra? Que eu saiba, tenho esse direito cívico, democrático e constitucional, como qualquer outra pessoa.

Não ser militante partidário e ser candidato com um forte potencial de ganhar as eleições autárquicas em Coimbra tem deixado algumas pessoas muito nervosas, vá-se lá saber porquê...


Também há quem não consiga compreender como é que um membro de um movimento independente aceita liderar uma coligação de sete partidos (e o movimento Somos Coimbra) e consegue reunir a maior coligação que alguma vez concorreu às eleições autárquicas em Coimbra.


Como foi possível? Com muita serenidade, um diálogo profundo, aberto e democrático, que durou quase dois meses, e um claro sentido de serviço público.


O que nos uniu? O amor a Coimbra.


O que nos estimulou? O pedido das pessoas para ser criada uma alternativa ganhadora para mudar, modernizar, reindustrializar e criar emprego em Coimbra. De facto, nas últimas eleições autárquicas, o PS obteve 24000 votos, enquanto os votos do Somos Coimbra e da coligação Mais Coimbra somaram 29000 votos.


O que nos motiva? A vontade de desenvolver o concelho, há muitos anos em declínio (como mostram as estatísticas demográficas e a saída dos nossos filhos e netos à procura de emprego), assim como a determinação de, com um trabalho inteligente e persistente, recolocar Coimbra no lugar que merece.


Saúdo os sete partidos que se juntaram na coligação ‘Juntos Somos Coimbra’ (PSD, CDS, Nós Cidadãos, PPM, Aliança, RIR e Volt), bem como os militantes do MPT em Coimbra e os independentes do Somos Coimbra, pois, como o povo deseja e exige, souberam abrir-se à sociedade, colocar os interesses de Coimbra acima de divergências político-partidárias e corresponder ao que escreveram Alcídio Torres e Maria Amélia Antunes, no ensaio sobre ‘O regresso dos partidos’: “Acreditamos que o regressos dos partidos com uma outra forma de encarar a democracia representativa e participativa é uma necessidade subjacente à sobrevivência da democracia ocidental”.


Em Coimbra estamos a escrever o futuro e a dar o exemplo a todo o país.


José Manuel Silva

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