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Qualquer obra serve para a Casa do Sal?


(Declaração de voto contra dos vereadores do movimento Somos Coimbra na reunião da CMC de 21/10/2019)


Mudar alguma coisa para quase tudo continuar na mesma. Assim, Coimbra vai fazendo umas obras, é verdade, mas não resolve nenhum dos seus problemas.


Não nos revemos nesta forma de trabalhar do Partido Socialista, com a realização de obras avulsas, feitas em cima do joelho, sem estudos de impacto no tráfego, sem estarem devidamente enquadradas numa estratégia de mobilidade para a cidade, apenas para substituir alcatrão e marcas rodoviárias.


Assistimos ao lançamento de mais uma obra, que mais não passa de um conjunto de intervenções pontuais, sem qualquer coerência ou lógica de conjunto.

Mais uma vez, exigiu-se aos vereadores a aprovação de propostas que não são dadas a conhecer ao executivo!


Sob o pretexto da requalificação do separador central da Av. Fernão de Magalhães entre a Rua Estevão Cabral e a Casa do Sal (mudar alguma coisa para tudo continuar na mesma...), aprovado por deliberação de Câmara do passado dia 12/11/2018, os Vereadores foram agora confrontados com a proposta de aprovação de um projeto de execução e de peças concursais, onde, à obra inicial, são acrescentadas, entre outras intervenções isoladas, a criação de uma via dedicada a ambulâncias no nó da Casa do Sal e de uma via de saída na “rotunda da Fucoli” para a avenida Gouveia Monteiro.


Sublinhe-se que é a própria memória descritiva que admite que a “casa do Sal representa uma complexidade, diversas entradas e saídas que normalmente resultam em congestionamento viário, agravado a horas de ponta”.


Apesar disso, as poucas peças disponibilizadas aos Vereadores para apoio à decisão limitam-se a desenhos de arquitetura sem referência a qualquer indicador de desempenho de tráfego, como sejam reservas de capacidade ou comprimentos previsíveis de filas de espera.

Como é possível que se intervenha no nó mais complexo e congestionado da cidade de Coimbra de forma tão ligeira e empírica, sem que sequer se tenha procurado avaliar os possíveis impactes no funcionamento do trânsito?


Como é possível que, a prever-se a repavimentação e remarcação, não se aproveite a oportunidade para otimizar o funcionamento global deste nó?


Veja-se que:

1. Prevê-se a construção de uma via segregada de viragem à direita da rotunda da “Fucoli” para a Avª Gouveia Monteiro, sem que fosse facultada no processo enviado aos vereadores qualquer peça desenhada ou cálculo justificativo. Mais uma vez as soluções são feitas a olho e a sentimento.

2. É criada uma via reservada a ambulâncias junto ao cruzamento semaforizado da Casa do Sal mas nada é feito a montante da rotunda para diminuir as demoras e garantir o acesso a essa nova via.

3. A CMC tem apregoado frequentemente a pretensão de reativar o sistema da ECOVIA. Sendo o trajecto estação Velha-HUC um dos mais importantes, porque não criar um corredor prioritário que sirva conjuntamente a ECOVIA e os veículos prioritários?

4. Estando previsto o lançamento da empreitada do MetroBus, na ligação entre o Alto de S. João e a Estação-B, como é assegurada a integração funcional deste cruzamento, designadamente nas ligações pedonais entre os parques e a estação do Padrão?

5. Identificam-se baias para paragens BUS sem qualquer passagem pedonal associada.


Porque consideramos que o nó da Casa do Sal, por ser efetivamente complexo, carece de uma análise cuidada, integradora, pluridisciplinar e profissional, o Somos Coimbra não corrobora este tipo de práticas simplistas, pelo que votámos contra.


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