Cartoon da autoria do Movimento Humor
No sentido de se inteirar do futuro do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o movimento Somos Coimbra solicitou uma reunião e foi recebido pelo respetivo Conselho de Administração (CA).
Com um contrato programa na ordem dos 450 milhões de euros e um passivo que foi reduzido para cerca de 250 milhões de euros, graças a recentes injecções de capital, tem sido feito um apreciável reforço de investimento, que no ano transacto rondará os 15 milhões de euros, no sentido de pugnar pela modernização do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e pela manutenção da qualidade dos serviços prestados.
Fomos surpreendidos com a informação de que já não será construído o silo para estacionamento automóvel previsto há mais de 30 anos, com capacidade para cerca de 1200 lugares e que todo o espaço de estacionamento à superfície dos HUC irá ser reorganizado, mas sem capacidade de resposta para a atual procura automóvel. Está ainda em estudo a implementação de um sistema de controlo de acessos.
A não construção do silo irá condicionar o acesso automóvel ao complexo hospitalar, mantendo a gravosa situação atual, o que deverá implicar, por parte da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) o estudo e aplicação de soluções alternativas para mitigação dos problemas de acessibilidade locais.
Esta circunstância irá afectar também o polo III da UC, cujos acessos projectados eram comuns com os do silo.
Assim, a CMC terá de obrigatoriamente assumir as suas responsabilidades legais de regulação e resolução dos problemas de trânsito, acessibilidade e estacionamento no perímetro dos três hospitais que se localizam na zona de Celas, nomeadamente através da melhoria e reforço dos Transportes Públicos.
Igualmente, e recordamos a recente proposta de aumento brutal da volumetria de construção na Av. Bissaya Barreto, no lote frontal ao IPO, pelo que a CMC não pode continuar a aprovar novos loteamentos, ou alterações a alvarás que possam contribuir para agravar os problemas de congestionamento já atualmente caóticos, mas pelo contrário, trabalhar com os Conselhos de Administração dos equipamentos hospitalares, no sentido de encontrar urgentemente soluções que resolvam os problemas de trânsito locais.
O Somos Coimbra exige que a Câmara de Coimbra desenvolva urgentemente e apresente publicamente, um plano de mobilidade e de estacionamento para a zona de Celas, que inclua projetos e ações concretas para resolução dos graves problemas atuais e futuros. Deve ainda promover a produção de um Folheto informativo onde divulgue as alternativas disponíveis para estacionamento e acessibilidade aos três Hospitais da zona, nomeadamente com a localização da oferta de parques de estacionamento locais e respectiva capacidade, bem como os horários e carreiras de transportes públicos que os podem servir, para serem distribuídos a todos os utentes que aqui recorrem. O Somos Coimbra propõe, ainda, que seja produzida uma aplicação informática para informar os interessados, em tempo real, sobre as disponibilidades de estacionamento em cada local.
O Somos Coimbra expressou a sua preocupação pela redução dos números de algumas especialidades cirúrgicas, como, por exemplo, na Otorrinolaringologia, com uma redução de cirurgias em 27% de 2011 para 2018, passando de 2079 para 1520, e na Ginecologia, com uma redução de 25% no mesmo período, passando de 4531 para 3380 cirurgias. É fundamental reforçar a capacidade assistencial nestas e noutras especialidades, contratando mais profissionais.
O CA garantiu que o plano estratégico para o CHUC, incluindo o Hospital dos Covões, será apresentado até ao fim do ano de 2020. O Somos Coimbra fez sentir a sua posição de intransigente defesa do Hospital dos Covões, com um plano estratégico que garanta a sua continuação ao serviço do SNS e dos doentes.
A decisão sobre a localização e construção do novo serviço de Obstetrícia e Ginecologia do CHUC está nas mãos do Ministério da Saúde. A decisão é muito urgente face à degradação das instalações das duas maternidades e à impossibilidade, com os quadros médicos em funções, de continuar a garantir duas urgências de obstetrícia e uma de ginecologia. Não é possível entrar em 2021 sem uma decisão definitiva e previsão de financiamento. O Somos Coimbra espera que o Governo não continue a adiar o que é inadiável e que a CMC contribua para a boa e rápida resolução desta verdadeira emergência obstétrica, de acordo com as necessidades modernas da mulher grávida.
O Somos Coimbra manifestou a sua preocupação com a imperiosidade de resolver os problemas das filas de doentes para acesso aos edifícios, nomeadamente às análises clínicas. O CA do CHUC referiu que já se implementaram algumas medidas mitigadoras, mas que também irá ser diversificado o número e locais de postos de colheita de sangue para a realização de análises, inclusivamente no Hospital dos Covões.
A pandemia COVID-19 veio obrigar a uma significativa redistribuição e organização dos recursos assistenciais, o que implicará também a recuperação de edifícios dos pavilhões de Celas e obras no Hospital dos Covões. O Hospital Geral continuará a assegurar a resposta aos doentes COVID-19. Atualmente apenas dois doentes COVID-19 estão em cuidados intensivos.
Entre muitas outras temáticas, fomos informados que o CHUC é o único hospital do país que dispõe de imagiologia e neurorradiologia de intervenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, o que representa um esforço adicional de investimento. Foi garantido igualmente o reforço do investimento global no CHUC, nomeadamente em camas de cuidados intensivos polivalentes de nível II e III, para elevar o seu número para as médias europeias.
O Somos Coimbra manifestou ao CA a sua confiança no trabalho da presente equipa e que continuará atento ao desenrolar das principais questões abordadas durante a reunião, em defesa do SNS e no sentido de lutar para que o CHUC continue a ombrear com os centros hospitalares das duas capitais metropolitanas de Portugal e a servir condignamente toda a região Centro.
Somos Coimbra recebido pelo Conselho de Administração do CHUC
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