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CMC desperdiça mais de 1 ME na reformulação das Ruas João Machado e Manuel Rodrigues



Declaração de voto dos vereadores do Somos Coimbra sobre a reformulação das Ruas João Machado e Manuel Rodrigues, na Reunião de Câmara de 9 de março de 2020


Na reunião de 25/2/2019, em fase de discussão do projecto de requalificação das Ruas João Machado e Manuel Rodrigues, o Somos Coimbra considerou o custo deste projecto absurdamente exorbitante, sem que daí resultem melhorias evidentes para a cidade, nem para a segurança rodoviária. O Somos Coimbra não considera esta obra como prioritária para Coimbra, particularmente quando se tem consciência do estado de outros arruamentos em áreas adjacentes, onde nem sequer existe um passeio com dimensões mínimas para acomodar uma cadeira de rodas, como é o caso da Rua Figueira da Foz.


Face à realidade de muitos arruamentos urbanos e, em particular, face à falta de condições básicas de circulação pedonal nas freguesias limítrofes, onde nem sequer existem passeios, considera-se um aristocrático escândalo despender mais de 1,1 milhões de euros para substituir o tamanho da pedra em passeios que se encontram em bom estado de conservação (substituir a pedra 15x15x15cm por 5x5x5cm) e o pavimento betuminoso da faixa de rodagem, por lajetas de granito, podendo atingir custos superiores a 120€/m2 (comparativamente aos 20 a 30€/m2 de um betuminoso ou calçada à portuguesa).


Mesmo tendo consciência que se trata de uma obra financiada no âmbito do PEDU, só os 15% de comparticipação da Câmara Municipal de Coimbra faziam seguramente a diferença em muitas freguesias limítrofes. Além de que as verbas do PEDU poderiam ser melhor utilizadas em obras estratégicas de desenvolvimento urbano.


A agravar, a substituição do material betuminoso por lajetas de granito em nada contribuirá para a acalmia de tráfego, mas pelo contrário traduzir-se-á no aumento das distâncias de travagem, ao mesmo tempo que tenderão a fraturar com a passagem acumulada de eixos pesados e de carga estática associada às paragens de autocarros, repercutindo-se assim no aumento dos custos de manutenção ao longo do tempo.


Finalmente, desconhece-se a forma como a reabilitação destes dois arruamentos será articulada com a urgente requalificação da Rua da Sofia, em harmonia com todo o seu património edificado classificado, onde predominam elementos pétreos calcários.

Não se revendo nesta forma casuística e desgarrada de gerir a cidade, nem na ausência de prioridades para o desenvolvimento urbano, por todas as razões atrás elencadas e à semelhança dos processos anteriores, o movimento Somos Coimbra abstém-se nesta votação, essencialmente como forma de não pôr em risco a perda do financiamento, no âmbito do PEDU.

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