Na falta de bons resultados, o PS volta a mentir
Cartoon da autoria do Movimento Humor
Coimbra, em 2019, tinha "mais 47 mil empregados do que em 2013", afirma a Concelhia de Coimbra do Partido Socialista, em texto publicado no Facebook no passado dia 13 de agosto e linearmente replicado em alguma imprensa.
É uma afirmação que suscita enormíssimo espanto, pois é experiência pessoal de tantos munícipes ver familiares e amigos a terem de sair de Coimbra por falta de emprego. Onde estarão esses 47 mil novos empregos? Tendo o concelho de Coimbra 140 mil residentes, de acordo com o Censos deste ano, e tendo perdido 1,8% da sua população em relação ao Censos de 2011, como podem ter sido criados 47 mil empregos em seis anos?
Infelizmente, esses empregos só existem na imaginação delirante e mentirosa do Partido Socialista. É mais uma mentira da dimensão do aeroporto de Coimbra. Com efeito, de acordo com os dados da Pordata/Instituto Nacional de Estatística, o número total de trabalhadores por conta de outrem em Coimbra era, em 2019, de apenas 37.508. Isto é, o total de empregados em Coimbra é menor do que o aumento que o Partido Socialista anuncia. Olhando para a evolução desse número de 2013 para 2019, vemos que aumentou apenas 1.562.
É um aumento de 4%, de 35.946 para 37.508. Estes 4% poderiam parecer, apesar de tudo, um bom número, mas não são. 2013 é o ano em que o emprego esteve mais baixo a nível nacional, em resultado da bancarrota provocada pelo Partido Socialista e da aplicação do memorando que o PS assinou em 2011 com a troika. Os trabalhadores por conta de outrem em Coimbra, em 2010, no ano anterior à assinatura do memorando, eram 40.543. Isto é, em 2019, oito anos depois da assinatura do memorando da troika, Coimbra ainda está com 7,5% menos trabalhadores por conta de outrem do que antes da troika.
Como se comportou o país nesse intervalo de tempo? Em 2010 havia em Portugal 2.657.861 trabalhadores por conta de outrem, em 2013 havia 2.433.873, e em 2019 havia 3.043.825. Isto é, em 2019 Portugal já tinha recuperado da quebra de emprego da troika, com um robusto aumento de 25% de 2013 a 2019, enquanto que Coimbra apenas aumentou 4%, 21 pontos abaixo da média do país.
Os números de trabalhadores por conta de outrem atrás referidos são apenas do setor privado. Infelizmente, no emprego público a Pordata/Instituto Nacional de Estatística não nos ajudam, pois não têm dados sobre o emprego público por concelho. Só estão disponíveis os empregos na administração local, e neste vê-se uma completa estagnação: de 2013 para 2019 há apenas mais 15 pessoas (de 1.292 para 1.307). Mas no conjunto do setor público sabe-se bem que houve estagnação em Coimbra e até decréscimo. Sabemos o que o PS tem feito no Hospital dos Covões, que tem cada vez menos gente, e o mesmo se passa no CHUC. Sabemos da luta muito difícil da Universidade e do Instituto Politécnico para conseguir não diminuir o número de contratados. No conjunto do país, para o qual há dados, o aumento de emprego público de 2013 a 2019 é de apenas 23.613, um acréscimo de 3,5%, mas ainda abaixo do valor de 2011, pré-troika, que era de 727.785 funcionários públicos.
Os 47 mil novos empregados de 2013 para 2019 só existem mesmo na imaginação delirante do PS de Coimbra. O mais inquietante é que este PS de Coimbra nem sequer a mentir consegue ser minimamente competente; se tivessem alguma ideia do que são os números de emprego do concelho, nunca indicariam um aumento de 47 mil em seis anos (e ninguém replicaria esta afirmação), pois saberiam logo que era impossível, por demasiado longe da realidade.
Ficaremos a aguardar que o PS explique publicamente como fez os seus cálculos ou que reconheça e peça desculpa pelo seu singelo “engano” eleitoral.
É indispensável mudar a gestão autárquica de Coimbra e eleger uma equipa competente, que realmente se preocupe e promova a captação de investimento e o crescimento acelerado do emprego. Para os nossos familiares e amigos deixarem de ser obrigados a abandonar Coimbra para poderem construir uma vida.
Juntos Somos Coimbra
16 de agosto de 2021
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