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"A população de Souselas, do Botão e de Brasfemes reclama e espera por esta decisão há décadas"


Intervenção dos vereadores do Somos Coimbra a propósito da Extensão da rede dos SMTUC à zona norte do Concelho (UF de Souselas e Botão e Freguesia de Brasfemes) com melhoria da oferta para as UF de Trouxemil, Torre de Vilela e de Eiras e São Paulo de Frades, discutida na Reunião de Câmara de 8 de março de 2021



Saudamos esta iniciativa, a qual é justa e merecida. Hoje é um dia histórico para parte da zona norte do concelho. A população de Souselas, do Botão e de Brasfemes reclama e espera por esta decisão há décadas, contestação à qual o Somos Coimbra se juntou desde o primeiro momento, dada a discriminação negativa a que esta população se tem sujeitado.


Saudamos não só a melhoria do serviço oferecido à população, mas também a criação das tão reclamadas carreiras e horários que dão resposta às necessidades dos alunos que frequentam a escola secundária D. Dinis e a Escola EB 2,3 Rainha Santa Isabel, em grande parte, fruto do encerramento do INEDS, sem que tenham sido tomadas medidas de apoio ao transporte destas crianças e jovens.


Saudamos ainda a manutenção do acesso ao passe bimodal nesta região, independentemente dos munícipes optarem pela operadora privada, responsável pelas linhas intermunicipais ou pela rede SMTUC, regra que, tal como já defendido previamente, entendemos dever ser alargada a todo o concelho de Coimbra. Só assim é garantida a equidade da globalidade da população no acesso aos transportes, ao mesmo tempo que se fomenta a necessária e indispensável integração de tarifas e do sistema de bilhética.


Todas estas medidas apenas “pecam pela demora”. Ao ler-se a informação técnica até parece que só agora a Autoridade de Transportes acordou para os problemas de transporte da zona norte, designadamente para o facto “desta zona ter sido posta a concurso, no âmbito dos concursos da CIM, e o facto da CMC perder a flexibilidade de atuação no território”, aspeto que o Somos Coimbra evidencia e reclama há mais de 3 anos, pressionando para que a decisão, hoje posta a votação, fosse tomada ainda antes de 4 de dezembro de 2019.


Ao contrário do evidenciado nos despachos do Sr. Diretor do DEPMT (Departamento Espaço Publico Mobilidade e Transito) e do Chefe de Divisão do DMTT, a integração destas novas linhas e o aumento da oferta, irá afetar significativamente os níveis de procura das carreiras intermunicipais atribuídas a operadores privados, pelo que a CMC arrisca-se seriamente a ter de pagar indeminizações aos operadores privados por assumir tardiamente estas responsabilidades. Tudo seria mais simples, claro e sobretudo justo e cordato, se esta assunção de responsabilidades tivesse sido assumida antes do lançamento dos concursos públicos para concessão do serviço público de passageiros, por parte da CIM-RC.


O Somos Coimbra corrobora ser fundamental avaliar e monitorizar os serviços criados durante um período experimental. Conduto, é expectável que, face à situação atípica de pandemia que atravessamos, o período entre abril e setembro poderá não ser representativo na procura normal de transportes, o que poderá obrigar ao seu reajuste.


Finalmente, importa corrigir que este serviço não serve toda a zona norte, mas apenas a parte noroeste.


A equidade no acesso aos transportes só estará devidamente assegurada depois de todo o concelho ser dotado de uma oferta de qualidade, podendo, tal como o agora estabelecido para a zona nordeste, passar pela combinação de oferta de diferentes operadores. É por isso fundamental lançar um olhar atento à zona noroeste (onde se inclui a Lamarosa, S. João do Campo, S. Silvestre), a qual carece de reforço de linhas nos espaços mais interiores e afastados na N111 (esta bem servida por carreiras intermunicipais).

Da mesma forma, importa olhar para a zona sul, onde registámos com agrado, em 2019, a expansão da rede dos SMTUC, entre outras, à zona de Antanhol, de Cernache e de Almalaguês. Contudo, e à semelhança do serviço recentemente implementado na zona de Vila Pouca e de Orelhudo, identificam-se inúmeros lugares que sofrem a interioridade e o isolamento como Sobral de Ceira, Cabouco, Carvalho, Abelheira, Casal Novo, Braçais e Trémoa, onde se justificaria pensar um serviço flexível por chamada. Todos estes territórios são do concelho de Coimbra, por isso o Somos Coimbra já os visitou e avaliou in loco as dificuldades de mobilidade desta população, particularmente dos segmentos mais envelhecidos.


Mesmo acordando tarde, queremos crer que a CMC está finalmente a trabalhar no sentido de alargar a rede SMTUC a todo o concelho e eliminar as assimetrias existentes. Por isso iremos votar a favor deste alargamento da oferta.

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